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sexta-feira, 31 de março de 2017

Diário de Greve Rádios Clube AM e FM de Lins; Terceiro dia.

Distribuição de carta aberta para população linense em frente as emissoras


Por Ronaldo Werneck

Lá se foram terça, quarta, quinta e chegamos a sexta feira (31). Quem disse que greve é vapt-vupt se engana facilmente. Os trabalhadores, que estão paralisados, já sabem disso. Já a direção da empresa parece que vai aprendendo com o tempo. 

Nesta quinta feira a direção das empresas obrigou parte dos fura greve, entre eles os gerentes comerciais e vendedor da rádio, de deslocarem seus veículos a ocuparem os espaços dos veículos ocupados no dia anterior, que eram do Sindicato, inclusive o carro de som, para impedir a utilização do mesmo no local. Mas não adiantou nada. Bastou manobrar o carro de som na porta da empresa, fazendo fila dupla e ligar o microfone, para que o recado fosse dado com alguns decibéis a mais.


Carro de som utilizado para recados e informar a população linense

Aliás, temos que reconhecer, que os recados para direção da empresa nem precisam do microfone do carro de som. Eles gostam de conversar e nunca se furtaram a isso. Sempre que pensam em apresentar uma proposta "interessante" para os trabalhadores, chamam seus representantes para "contentemente" apresentarem suas "excelentes" ofertas que, até o momento,  foram recusadas pelos trabalhadores. 

Dá-se a impressão que estão com"Black Friday" na cabeça. Ou que eles acham que estão numa promoção das Casas Bahia. Só pensam em descontos. Não entenderam ainda que, sobre o que propõem, é de propriedade dos trabalhadores, não deles. Apenas estão em posse do que não lhes pertencem. Só para terem uma ideia; Na primeira oportunidade tascaram a oferta de 7% do que devem aos trabalhadores. Na segunda, melhoraram a oferta, mas ainda estão longe de algo decente. 


Advogado, feliz da vida, por ter seus honorários pagos em dia pela empresa e o responsável pelo departamento financeiro do grupo SRC chegam nas Rádios Clube AM e FM de Lins

Na última oferta de pagamento devido aos trabalhadores e para retorno ao trabalho, subiram para pouco mais de 40% dos cálculos que foram realizados pelo departamento jurídico do Sindicato dos Radialistas. Bom informarmos que a empresa correu atrás e diferentemente do que haviam afirmado no primeiro dia que só havia um item a ser regularizado, nesta quarta quiseram apresentar comprovantes de pagamento do INSS, além de recolhimento do FGTS dos trabalhadores. Nada como uma grevinha para ajudar a lembrar-lhes de suas responsabilidades.

Temos de reconhecer também o "esforço estafante e psicológico" de quem vive de descontos em cima de pagamentos devidos a trabalhadores, que já ofertaram sua força de trabalho neste grupo empresarial. Sem falar na alta rotatividade de parte de trabalhadores nas empresas. Um alerta para quem um dia pretende prestar serviços por ali. 


Sem uma proposta decente, greve continua

Na concepção da direção do Sindicato dos Radialistas são os trabalhadores os produtores de riqueza. Toda riqueza vem do trabalho, não de quem explora e administra o capital, que vem do esforço de quem produz. De quem realmente trabalha. Portanto, querer desconto em algo que não lhes pertencem é, no mínimo, uma indecência.

Quinta feira foi dia de protesto na cidade, principalmente na porta das empresas, que estão em greve de trabalhadores. Carro de som e distribuição de carta aberta foram entregues a população linense, que conheceram o tratamento dispensado aos trabalhadores da Lins Rádio Clube e Clube FM. Na carta também constava o histórico da postura do radialista e vereador Roy Nelson, que utilizou o microfone da rádio, com o consentimento da direção da empresa, para atacar seus colegas de trabalho, que estão lutando para terem seus direitos respeitados e sindicalistas, que vieram em apoio aos mesmos. Direito de resposta pelos microfones da rádio irá chegar tanto para a direção da empresa, bem como para a população de Lins, mesmo que seja daqui alguns dias. Dessa maneira a população linense ficará por dentro de todo enrosco e desenrosco, que esse grupo econômico se meteu. Bom saber que quanto mais cutucam, mais irão se coçar. 

Errata
Importante dizer que no material impresso e distribuído identificamos a empresa em que o radialista furão e vereador que não manteve a palavra, trabalha na Rádio Cultura de Guaiçara, mas o correto é Rádio Cultura de Promissão. Errata informada em nosso blog em publicação anterior.


Carta aberta com descrição da postura do radialista e vereador que lascou a lenha na empresa onde trabalha e depois furou a greve

Nesta sexta feira (31) a luta continua, provavelmente com a empresa tentando burlar a legislação de greve, como tem feito nos últimos dias e nós registrando tudo. Se não houver acordo, dissídio de greve será impetrado na próxima segunda feira na Justiça. E se, até o momento, eles acharam que é muito o valor a ser pago, imaginem quando houver o martelo da Justiça em mandar pagar o líquido e certo, a todos os trabalhadores das empresas, sobre o acordado em Acordo Coletivo de Trabalho, e que não é cumprido pelas empresas do grupo SRC em Lins. Ou pagam ou pagam, não tem pra onde correr.

Hoje eles sabem que o pagamento é para quem está em greve. Para quem não aderiu, não precisam nem se preocupar, neste momento. Sabemos que quem preferiu furar a greve tem uma relação especial com a direção da empresa e esta, certamente, como tem feito historicamente, irão lhes pagar o que é devido, quando puderem e como quiserem. Sacou?!

Abaixo o registro de como foi a sexta feira em mais um dia de luta dos trabalhadores, que tiveram a coragem de lutarem por sua dignidade e direitos, que não estão sendo respeitados nas empresas do grupo SRC, em Lins;


Carro de Som do Sindicato dos Radialistas no estado de São Paulo

Repercussão da greve na imprensa local























Barracas e cadeiras para comodidade do movimento


quinta-feira, 30 de março de 2017

Diário de Greve Rádios Clube AM e FM de Lins; Segundo dia.

Com canções de Bezerra da Silva e Zeca Pagodinho trabalhadores em greve se animam na porta da empresa


Por Ronaldo Werneck

Ao som de e Bezerra da Silva e Zeca Pagodinho os trabalhadores das emissoras Clube AM e FM, esta última, que transmite o sinal da Nativa FM na cidade de Lins, continuam na porta das empresas pressionando a direção das mesmas a agilizarem os pagamentos. Com o lema, "sem salário sem trabalho", o movimento afirma que enquanto não vier uma proposta aceitável, a greve continua.

Nesta quarta feira (29) foi dia de piti, por conta da gerente da emissora AM, que não gostou de ser fotografada ao ser flagrada, junto com outro gerente da emissora FM e vendedor das emissoras, trazendo marmitas para os fura greve.


Na parte da manhã sol bate na porta da empresa. Cenário muda nesta quinta (30), com barracas e bancos trazidas com carro de som

Por falar em furar greve, Rhogerio Salvatory, radialista lotado na Rádio Clube FM de Araçatuba, uma das emissoras do grupo, contribui com o desserviço aos colegas de trabalho, que lutam contra as injustiças praticadas pela direção da emissora e a sua história profissional. Sai de Araçatuba para vir para Lins, 96 km distância todos esses dias. Entra na emissora antes das 6h00 da manhã e, provavelmente, deve sair depois das 19h00. Até banho deve andar tomando na emissora para fazer esse horário. Sem falar que, se estiver dormindo em Araçatuba, deve estar acordando as 4h00, para chegar em Lins, por volta das 5h00 e já pegar no batente as 6h00 e sair só a noite.


Marmitas pra os "fura greve"

O movimento é pacífico e a Lei de Greve é cumprida a risca pelos trabalhadores. Menos a empresa que tenta burlar a legislação ao chamar trabalhadores, sem contrato de trabalho com a empresa ou lotados em outras praças, para virem trabalhar. Uma radialista tentou entrar na empresa pra trabalhar, mas foi impedida de entrar pelo Sindicato. Bom saber que essas tentativas estão sendo registradas, para eventualidade judicial. Podem acreditar, "estão no mato sem cachorro". 

Ou pagam o que devem ou pagam o que devem. Se não, a greve continua.

No mesmo dia, logo a tardesinha, chegou o carro de som do Sindicato dos Radialistas com mais sindicalistas em apoio ao movimento. Os batuques, com pandeiro e violão agora recebem reforço, para que o dia seja mais animado na porta da empresa. Para os "recadinhos do sindicato" chegar aos ouvidos da direção da empresa, que estiver lá dentro, aos trabalhadores que furaram a greve e a população de Lins, que passa em frente as emissoras, que estão com seus trabalhadores em greve.


Trabalhadores e sindicalistas na porta da empresa

Nesta quinta feira (30) é dia de protesto na cidade. Grande ato será realizado com carro de som e distribuição de carta aberta. A cidade inteira vai saber que tipo de tratamento os trabalhadores dessas emissoras recebem da direção das empresas e a postura do radialista Roy Nelson, que afirmou que estaria solidário ao movimento e entraria em greve, mas não manteve sua palavra.

Abaixo a relação de irregularidades que a empresa vai ter de se virar, para regularizar e ter sua programação de volta ao normal.


  1. atraso nos pagamentos de salários
  2. falta de conta salário
  3. não pagamento de tickets
  4. não pagamento do PPR
  5. não pagamento de acúmulo de funções
  6. não pagamento do duplo contrato de trabalho
  7. ausência de folgas aos domingos
  8. não pagamento de horas extras
  9. não pagamento do adiantamento por tempo de serviço
  10. ausência de livro de controle de jornada
  11. não gozo de férias
  12. não pagamento do acréscimo de 1/3
  13. inexistência de escala de folgas
  14. ausência de intervalo entre jornadas
  15. não fornecimento do vale transporte
  16. inexistência do quadro de avisos
  17.  não depósito do FGTS
  18. não recolhimento do INSS
  19. assédio moral

quarta-feira, 29 de março de 2017

Roy Nelson, uma vergonha para os trabalhadores grevistas das Rádios Clubes AM e FM de Lins

Vereador e radialista Roy Nelson, falou uma coisa e fez outra

Por Ronaldo Werneck

Depois de denunciar irregularidades nas emissoras em que trabalha, tanto na Rádio Cultura de Promissão, bem como na Lins Rádio Clube, o radialista e vereador Roy Nelson afirmou aos dirigentes sindicais, junto com outros trabalhadores da Lins Rádio Clube, que entraria em greve e que estava solidário com os trabalhadores, seus colegas de trabalho na emissora. Essa afirmação ocorreu na última segunda feira (27), na Câmara de Vereadores na cidade de Lins, antes da sessão da câmara. 

Bastou uma visitinha a portas fechadas na empresa do Sistema Regional de Comunicação na cidade de Lins, para o vereador mudar de lado. Na verdade, depois da greve deflagrada, Nelson apareceu na empresa e, com a desculpa e ir negociar a regularização das irregularidades na empresa, para que o movimento grevista fosse resolvido de forma mais rápido, o mesmo foi “convencido” pela direção da empresa e deixar sua palavra de lado, perante seus colegas de trabalho, e abandonar não só sua argumentação anterior, na qual justificava seu compromisso com os trabalhadores, bem como sua palavra assumida com o Sindicato dos Radialistas.

Roy Nelson foi uma decepção para os trabalhadores que entraram em greve. Sua postura foi um nojo para direção do Sindicato dos Radialistas. A luta dos trabalhadores da Lins Rádio Clube e Rádio Clube FM, que atualmente retransmite a Nativa FM é justa, necessária e coerente.


Salário do trabalhador é sagrado. Cumprir obrigações trabalhistas é dever das empresas e homem que é homem tem que ter palavra. Agora, como acreditar num homem que não garante a sua? Como atribuir credibilidade numa pessoa que diz uma coisa e faz outra? Com a palavra as pessoas que convivem com essa personalidade, que jamais deve ter algum tipo de influência, pois se notabilizou, neste caso, por colocar seus interesses acima dos interesses dos trabalhadores prejudicados pela empresa.

Com emissoras em greve, direção das Rádios Clubes, de Lins, alteram programação para tentar burlar lei de greve

Trabalhadores da Rádios Clube AM e FM de Lins em greve


Por Ronaldo Werneck

No primeiro dia de greve dos trabalhadores da Lins Rádio Clube e Clube FM de Lins, trabalhadores free lances e gravação de programas antecipados por PJs, registram a tentativa da direção dessas empresas de tentar burlar a Lei de Greve.

Coesos e decididos os trabalhadores seguem, junto com a direção do Sindicato dos Radialistas e seu departamento jurídico, pressionando a empresa a regularizar o pagamento de seus trabalhadores e forçá-los a apresentar uma proposta decente para o pagamento de verbas retroativas.

Dentre os trabalhadores que furaram a greve foi Willian Abdala, operador de Rádio e Roy Nelson, vereador e locutor apresentador de um programa policial. Todos eles foram vaiados pelos trabalhadores em greve.

Diferentemente de outras praças, onde o Sistema Regional de Comunicação (SRC) têm outras empresas de Rádio e TV, as emissoras do grupo em Lins não sofreram fiscalização do Ministério do Trabalho nem ação na Justiça, devido a dificuldade em utilizar órgãos do Estado, para fazer a empresa cumprir a legislação trabalhista. Os trabalhadores de Lins estão dando um exemplo de como deve fazer o patrão respeitar seus direitos e sua dignidade.

Em dado momento, durante o dia de greve, a direção da empresa chamou o Sindicato para conversar, na tentativa de ter um entendimento a respeito da suspensão da paralisação, Ledo engano, na verdade o que a direção da empresa, representado por Marcelo Rocha apresentou ao sindicato foi a lorota de que tudo estava regularizado e documentado. Dos 19 itens listados, Rocha afirmou que apenas uma questão estava sem resolver que era a conta salário. Reivindicação esta apresentada em mesa redonda no Ministério do Trabalho de uma de suas empresas em 2012 pelo Sindicato dos Radialistas. 

Alegando burocracia, para o impedimento de abrir as contas salários para seus trabalhadores num momento e em outros, que estavam pesquisando em qual rede bancária iriam abrir, o tempo passou (5 anos) e nada de conta bancária, que em 2013 foi conquistada pelos Radialistas em Convenção Coletiva. De lá pra cá, o "passa moleque" foi sendo praticado em todas as empresas do grupo sendo que, em todas elas, sob jurisdição da Gerência do Ministério do Trabalho em Araçatuba, foram autuadas pelo auditor fiscal do Ministério do Trabalho também por essa irregularidade, bem como ações na Justiça para cumprimento da convenção coletiva na cláusula da conta salário.

Após rápida consulta os documentos que a direção da empresa havia afirmado ter, de que estavam cumprindo suas obrigações trabalhistas, foram caindo por terra. Sem tickets restaurantes, sem pagamento de abono, trabalhadores sem registro em carteira de trabalho, entre outras irregularidades, foram sendo "constatadas" pela direção, que vinha a todo momento consultar um possível acordo para volta ao trabalho.

Sem uma apresentação de proposta concreta de regularização, pagamento de retroativos, além de estabilidade no emprego, a greve continua.  

A empresa está impedida de manter trabalhando trabalhadores fora de seu quadro de funcionários durante a greve. Nem "freelancers", nem funcionários de outras praças podem entrar na empresa em movimento de paralisação dos trabalhadores, pois caracteriza descumprimento da Lei de Greve. A empresa também não pode demitir enquanto a paralisação perdurar e que um acordo não seja firmado. É o que manda a legislação.

Na manhã desta quarta feira (29), uma trabalhadora, sem contrato de trabalho com a empresa tentou entrar na emissora, o que foi impedido pelo Sindicato dos Radialistas.

Abaixo alguns registros fotográficos do movimento grevista, que agitou a cidade de Lins e continua até a solução satisfatória dos trabalhadores.
















Conferência de documentos onde são constatadas as irregularidades que a direção da empresa negou existir



Roy Nelson (de costas) ao ser abordado por ter voltado atrás furado a greve


Arthur Monteiro, advogado do Sindicato dos Radialistas

 Funcionários do grupo SRC que vieram de Andradina em apoio a empresa


Marcelo Rocha, diretor do grupo SRC que vem de Araçatuba e madruga na estrada, para estar em Lins antes das 6h00 da manhã




Funcionário da empresa sem contrato de trabalho, que veio na empresa para gravar programas


Funcionário que furou a greve e é vaiado pelos grevistas

Seguranças contratados pela empresa em frente a emissora