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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O fantasma das demissões nas emissoras de Rádio e TV

É possível e necessário reagir contra demissões nas emissoras


Demissões em emissoras de rádio e TV é estrategia patronal de sobrevivência num mercado competitivo, em que o trabalhador sempre paga a conta.

Por Ronaldo Werneck

As emissoras de Rádio e TV aprendem muito bem a faturar quando a economia está em expansão, mas jogam nas costas de seus trabalhadores as consequências de crises econômicas e estratégias desastradas de gerenciamento empresarial.

Foram anos seguidos de crescimento econômico neste setor. E não é de agora as notícias sobre demissões voam pelos corredores das emissoras, via "rádio peão". Ora espalhados pelo RH das empresas, ora pelos notícias publicadas em colunas especializadas.


Demissões na Record
Recentemente acompanhamos informações de que a TV Record, com a desculpa da crise ou encerramento de programas, anuncia demissões em massa. Quando não, são as terceirizações que motivam o chute nos trabalhadores. Operadores de câmera, cenógrafos, operadores de áudio, diretores de imagem, dentre tantas funções, não importa qual setor, o facão corta sem dó. Na TV Record Internacional dos mais de 80 trabalhadores, restam menos de 20. Neste último mês (novembro), foram dez trabalhadores demitidos, que fizeram homologação no sindicato. A Record vem promovendo cortes de despesas e demissões desde 2013. São mais de 400 trabalhadores demitidos em 2015 na emissora do bispo Edir Macedo.

Demissões no SBT
O SBT não ficou atrás, segundo o colunista Fernando Oliveira, da coluna "Zapping", do jornal "Agora S.Paulo", a emissora quer cortar despesas, no que chama de "reorganização". Segundo ele, a ordem é enxugar orçamento de cada produção em 10%. Informações levantadas pelo Blog dos Radialistas revelam que esta semana foram mais nove trabalhadores demitidos.

Demissões na Band
A emissora da família Saad não ficou atrás, encerramento do programas, demissões regulares fizeram com que mais de 300 trabalhadores fossem demitidos neste ano.

Demissões nas emissoras de Rádio
Quando não são as emissoras de TV, as emissoras de rádio anunciam suas demissões e as efetivam. Na Rádio Estadão foram dezenas de profissionais, entre radialistas e jornalistas. Na cidade de Santos temos um exemplo emblemático, quando emissoras recebem concessão para prestação de serviço público a população, mas é usado para outro fim; o de apenas ganhar dinheiro com ela. Foi quando a Rádio Cultura de Santos arrendou sua programação para um grupo religioso, demitindo grande parte de seus funcionários. Em recente audiência no MPT, em Santos, numa ação coletiva, o Sindicato dos Radialistas contestou a demissão em massa dos trabalhadores da emissora e recebeu parecer jurisprudencial com os seguintes termos: que a demissão em massa "(...) deve ser justificada, apoiada em motivos comprovados, de natureza técnica e econômica, e, ainda, deve ser bilateral, precedida de negociação coletiva com o sindicato, mediante adoção de critérios objetivos..." SIC.
Neste mês de novembro diversas empresas fizeram mais de 150 homologações de trabalhadores demitidos no Sindicato dos Radialistas. E isto só na capital.


A luta pelo emprego deve ser constante. Principalmente quando estamos empregados. Depois da demissão, não adianta chorar e esperar as coisas acontecerem para melhorar. Na defesa de seus direitos os trabalhadores radialistas tem de estar atentos aos ataques dos patrões. E é organizado que o trabalhador tem chance de garantir sua vitória, fazendo valer seu interesse de estar trabalhando e não sendo vítima de desmandos patronais, justificados por estratégia empresarial ou de desculpas de crises econômicas, em que só o trabalhador paga a conta.

Os boatos, quando espalhados a mando da direção das emissoras, conta  com vistas a passividade dos trabalhadores, em não reagir contra as demissões. Sim, reagir. Os radialistas ao não concordarem com a postura da empresa, de forma organizada, pode fazer a empresa rever as demissões ou discutir em que termos se poderia fazer isso já que, legalmente, demissões em massa são precedidas de negociação com o Sindicato. E é no sindicato, que os trabalhadores podem conquistar sua maior defesa.


(Com informações do site Uol)


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