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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O ano de 2015 nos deixa um legado; de aprendizado de luta e de que 2016 vai ser melhor.

Ato na porta da TV Cultura

Por Ronaldo Werneck

Foram horas, dias, semanas e meses, em que a luta dos trabalhadores de empresas de Rádio e TV, no estado de São Paulo, estiveram presentes na pauta do Sindicato dos Radialistas.

A campanha de sindicalização foi importante para trazer a categoria mais perto de sua organização de classe.

Na campanha salarial deste ano os radialistas paulista compareceram nas assembleias, na qual foi decisivo para que as reivindicações fossem levadas até o fim. 

A presença dos trabalhadores nas assembleias do Sindicato contribui, efetivamente, para que a direção se empenhe, ainda mais na luta da categoria.

O Acordo Coletivo fechado deste ano chegou, garantindo direitos duramente conquistados, principalmente para quem recebe apenas o piso salarial, pois o reajuste foi acima da inflação.

O Congresso Estadual dos Radialistas veio como prévia do nacional, onde as demandas do estado foram discutidas, aprovadas e os delegados eleitos para o Congresso Nacional.

A participação no 10º Congresso Nacional dos Radialistas, no Rio de Janeiro, é um exemplo de como os radialistas paulistas estão empenhados em contribuir para que nossa luta, na esfera nacional, seja acumulada de êxitos.

A luta dos trabalhadores da TV Cultura, que culminou em greve, também foi destaque no ano de 2015. Com muito esforço e dedicação, trabalhadores da emissora, dirigentes e funcionários do Sindicato se empenharam para que a luta por conquista de direitos e pelo patrimônio público do povo paulista não fosse abandonado. Atos na frente da emissora e na cidade vizinha de Embu das Artes, o Sindicato dos Radialistas se fez presente. 

Como se não bastasse problemas nas grandes empresas, emissoras de rádio, de menor porte, também impuseram desafios aos seus trabalhadores. É o caso das Rádios Cumbica, de Guarulhos e Clube AM e FM de Guaratinguetá.

Também não podemos esquecer de nosso companheiro Alemão, vítima de um acidente elétrico, onde perdeu sua vida neste ano. Força para os familiares.

O Sindicato dos Radialistas de São Paulo promoveu um grande esforço para garantir a regularização profissional de diversos radialistas, que não estavam regularizados, mas estavam dentro dos critérios estabelecidos para conseguir o atestado de Capacitação Profissional. Palestras de incentivo ao conhecimento do Sindicato, de sua estrutura e de suas lutas, bem como seu posicionamento político, deu o tom na formação. Foram realizadas com grande participação dos trabalhadores, na capital e no interior do estado, o ano inteiro.

Decisões na Justiça do Trabalho, também garantiram direito aos radialistas paulista. Como foi o caso da Rádio Difusora de Franca, que foi obrigada a cumprir a legislação trabalhista, na marra. A multa que a TV Record tomou, por não lavrar Comunicados de Acidentes de Trabalho dentro da empresa, da Rádio Cultura de Santos que, recentemente, garantiu nova decisão favorável aos trabalhadores e o pagamento das diferenças de horas extras para os trabalhadores da TV Band. Sem falarmos dos trabalhadores, que foram demitidos por questões de saúde e o Sindicato conseguiu suas reintegrações na TV Record, TV Band e TV Globo.

Com dificuldade em mobilizar os trabalhadores da TV Record de São Paulo, o Sindicato dos Radialistas entra na Justiça para interpelar a emissora do Bispo Edir Macedo.

Audiências da TV Cultura também foram solicitadas a do link abaixo aconteceu na Assembleia Legislativa, onde o movimento "eu quero a TV Cultura viva" foram os grandes incentivadores dos movimentos sociais e sindicais para aderir a luta pela emissora de TV Pública.

E, finalmente, porque não enaltecermos a forma com que os trabalhadores da EBC se organizaram, junto com o Sindicato, para conquistar suas demandas com a direção da empresa. Exemplos de persistência e organização, marcaram a luta dos radialistas da EBC, que deram exemplo de como sair vitoriosos na luta por direitos.

O ano de 2015 se vai, com essas lembranças. Anunciando que, para que 2016 seja melhor.  Nada mais certo do que olhar o passado, para aprendermos a superar os desafios do futuro.

Parabéns a todos os radialistas do estado de São Paulo. Ano que vem será melhor. Só depende da gente.

Boas festas e feliz ano novo!

Obs: O Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo entra em recesso a partir de amanhã (19/12) e retorna apenas na primeira segunda feira de 2016 (04/01). Com isso a parte administrativa não funciona, mas a direção do sindicato se faz presente, na forma de plantão, para orientação e possíveis encaminhamentos.








quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O fantasma das demissões nas emissoras de Rádio e TV

É possível e necessário reagir contra demissões nas emissoras


Demissões em emissoras de rádio e TV é estrategia patronal de sobrevivência num mercado competitivo, em que o trabalhador sempre paga a conta.

Por Ronaldo Werneck

As emissoras de Rádio e TV aprendem muito bem a faturar quando a economia está em expansão, mas jogam nas costas de seus trabalhadores as consequências de crises econômicas e estratégias desastradas de gerenciamento empresarial.

Foram anos seguidos de crescimento econômico neste setor. E não é de agora as notícias sobre demissões voam pelos corredores das emissoras, via "rádio peão". Ora espalhados pelo RH das empresas, ora pelos notícias publicadas em colunas especializadas.


Demissões na Record
Recentemente acompanhamos informações de que a TV Record, com a desculpa da crise ou encerramento de programas, anuncia demissões em massa. Quando não, são as terceirizações que motivam o chute nos trabalhadores. Operadores de câmera, cenógrafos, operadores de áudio, diretores de imagem, dentre tantas funções, não importa qual setor, o facão corta sem dó. Na TV Record Internacional dos mais de 80 trabalhadores, restam menos de 20. Neste último mês (novembro), foram dez trabalhadores demitidos, que fizeram homologação no sindicato. A Record vem promovendo cortes de despesas e demissões desde 2013. São mais de 400 trabalhadores demitidos em 2015 na emissora do bispo Edir Macedo.

Demissões no SBT
O SBT não ficou atrás, segundo o colunista Fernando Oliveira, da coluna "Zapping", do jornal "Agora S.Paulo", a emissora quer cortar despesas, no que chama de "reorganização". Segundo ele, a ordem é enxugar orçamento de cada produção em 10%. Informações levantadas pelo Blog dos Radialistas revelam que esta semana foram mais nove trabalhadores demitidos.

Demissões na Band
A emissora da família Saad não ficou atrás, encerramento do programas, demissões regulares fizeram com que mais de 300 trabalhadores fossem demitidos neste ano.

Demissões nas emissoras de Rádio
Quando não são as emissoras de TV, as emissoras de rádio anunciam suas demissões e as efetivam. Na Rádio Estadão foram dezenas de profissionais, entre radialistas e jornalistas. Na cidade de Santos temos um exemplo emblemático, quando emissoras recebem concessão para prestação de serviço público a população, mas é usado para outro fim; o de apenas ganhar dinheiro com ela. Foi quando a Rádio Cultura de Santos arrendou sua programação para um grupo religioso, demitindo grande parte de seus funcionários. Em recente audiência no MPT, em Santos, numa ação coletiva, o Sindicato dos Radialistas contestou a demissão em massa dos trabalhadores da emissora e recebeu parecer jurisprudencial com os seguintes termos: que a demissão em massa "(...) deve ser justificada, apoiada em motivos comprovados, de natureza técnica e econômica, e, ainda, deve ser bilateral, precedida de negociação coletiva com o sindicato, mediante adoção de critérios objetivos..." SIC.
Neste mês de novembro diversas empresas fizeram mais de 150 homologações de trabalhadores demitidos no Sindicato dos Radialistas. E isto só na capital.


A luta pelo emprego deve ser constante. Principalmente quando estamos empregados. Depois da demissão, não adianta chorar e esperar as coisas acontecerem para melhorar. Na defesa de seus direitos os trabalhadores radialistas tem de estar atentos aos ataques dos patrões. E é organizado que o trabalhador tem chance de garantir sua vitória, fazendo valer seu interesse de estar trabalhando e não sendo vítima de desmandos patronais, justificados por estratégia empresarial ou de desculpas de crises econômicas, em que só o trabalhador paga a conta.

Os boatos, quando espalhados a mando da direção das emissoras, conta  com vistas a passividade dos trabalhadores, em não reagir contra as demissões. Sim, reagir. Os radialistas ao não concordarem com a postura da empresa, de forma organizada, pode fazer a empresa rever as demissões ou discutir em que termos se poderia fazer isso já que, legalmente, demissões em massa são precedidas de negociação com o Sindicato. E é no sindicato, que os trabalhadores podem conquistar sua maior defesa.


(Com informações do site Uol)